A imagem é uma tabela de cores usada na Conferência da Rede
Inter-religiosa Global na África do Sul, com opções para cada participante da
conferência: preto (não tirar fotos nem gravar a voz); laranja (pode apenas
gravar a voz); rosa (pode apenas tirar fotos); verde (pode tirar fotos e usar
minha voz). Uma etiqueta no crachá indicava para quem estava gravando ou
fotografando quais as informações e imagens que poderiam ser tornadas públicas.
Talvez isso pareça estranho para pessoas não acostumadas à necessidade de criar
“espaços seguros”, nos quais as pessoas se sintam livres para participar da
maneira que se sentem à vontade ou lhes é possível. Nesse caso, a escolha tem
menos a ver com vontades pessoais do que com ameaças à integridade dos/as
participantes. Alguns/as deles/as vieram de países nos quais podem ser
presos/as ou sofrer outras sanções por conta do seu sexo, orientação sexual e/ou identidade e expressão de gênero. Quando falamos de direitos e justiça sexual e
de gênero é disso que falamos: do fato das pessoas não poderem se manifestar
livremente e, por isso, da necessidade de criar “espaços seguros” para que se
sintam acolhidas e possam participar dos processos de construção coletiva,
enquanto a maioria dos espaços continua sendo ameaçadora e violenta.
Nem todas
as pessoas têm o privilégio - que a maioria das pessoas tem - de poder postar
sua fotos no Facebook ou tornar público que participaram de um evento como esse.
Algumas, inclusive, correm risco de vida se isso acontecer. Entendeu?
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