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Lembrei dos velhos tempos e de quanto nos dedicamos a essa luta. Lembrei de tantas outras conquistas, mas lembrei principalmente de que a nossa sobrevivência ainda precisa ser conquistada todos os dias. A homofobia existe e os índices de violência e assassinato de pessoas LGBT estão aí para comprovar. Lembrei de tantos e tantas que em muitos lugares e em muitos tempos construíram esse caminho. E também lembrei de tantos e tantas que não entendem e não conseguem entrar nesse caminho.
Lembrei o porquê de tantas escolhas e o quanto elas ainda são necessárias. Lembrei, principalmente, que a luta não termina: enquanto houver uma pessoa com seus direitos violados, enquanto o dinheiro continuar gerando privilégios e exclusões, enquanto não conseguirmos conviver com a diversidade que somos e que nos rodeia... ninguém será livre!
Não há religião, conhecimento ou estrutura de poder que pode dar conta dessa transformação profunda de que precisamos. Elas só podem servir ao povo organizado que constrói a sua vida e a sua dignidade na luta e no beijo. E não o tem feito. É preciso beijar muito. Beijar por um outro mundo e por outras relações.
“Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (Salmo 85.10)
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